sexta-feira, 2 de março de 2012

Pelo amor de uma tímida flor

Tulpan é um filme cazaque de 2008 que só estreou em Portugal no último mês de 2010, realizado por Sergei Dvortsevoy e com interpretações de Askhat Kuchinchirekov, Tolepbergen Baisakalov e Samal Yeslyamova, entre outros. Esteve em cartaz em poucas salas do país e saiu o ano passado em DVD no mercado nacional.
Internacionalmente, recebeu diversos prémios em festivais de cinema, como o de Tóquio ou o de Londres, e em cerimónias dedicadas ao cinema asiático, tendo-lhe ainda sido atribuída a distição Un certain regard no Festival de Cannes de 2008 e uma nomeação para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares da Academia Americana.

A película é ambientada na estepe cazaque. O protagonista da narrativa é Asa, um jovem que estivera ao serviço do exército russo e que, regressado à sua terra, vai viver com a irmã, o cunhado e os sobrinhos no yurt (tenda circular) da família e ajudá-los a guardar rebanhos. Porém, Asa quer casar e ter a sua própria família e propriedades. A má notícia é que na região em que habita praticamente não existem mulheres em idade de casar solteiras; há apenas uma que se mantém intocada, a tímida Tulpan, filha de uma família com mais posses que a de Asa e que quer estudar na faculdade. Asa não consegue impressionar os pais de Tulpan quando lhes pede a mão da filha pela primeira vez, mas não desistirá dela facilmente nem dos seus desejos para a vida.

Tulpan é um belo filme que narra as aventuras e desventuras de Asa com plena consciência dos dramas que tem de ultrapassar, incutindo-lhe algum humor bastante agradável. A vida nas estepes do Cazaquistão é retratada nas suas alegrias e também nas suas misérias, como as tempestades, as doenças dos animais que afectam a economia familiar e o trabalho de veterinário que muitas vezes um dono tem de exercer para salvar um camelo ou ovelha, ou a sujidade e o isolamento dos yurt. A maneira como Asa tenta conquistar o interesse de Tulpan trata-se por vezes com comédia, como já referi, mas igualmente com inocência.

Aviso só aos mais sensíveis, por exemplo os que não suportam ver um bebé nascer, que às vezes vão querer virar a cara.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Críticas boas e más às críticas