sábado, 10 de março de 2012

O marido, a mulher e os outros

Consegui ver "Uma Separação", o vencedor do Urso de Ouro de Berlim atribuído o ano passado e o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro, antes de sair das salas portuguesas. Pensei que não conseguiria ter essa oportunidade e seria obrigada a alugar o filme quando chegasse ao videoclube.
"Uma Separação", Jodaeiye Nader az Simin, é um filme iraniano realizado por Asghar Farhadi que conta no elenco com Peyman Moadi, Leila Hatami, Sarina Farhadi e Ali-Asghar Shahbazi.

O âmago da trama reside, tal como sugere o título, no divórcio do casal Nader e Simin e em tudo o que sucede em aparente consequência dessa intenção. Simin quer imigrar com a filha única, Termeh, para lhe proporcionar uma vida melhor e com mais oportunidades; Nader prefere ficar no Irão a cuidar do pai, um doente de Alzheimer e considera que a filha está mais habituada ao pai do que à mãe.
Enquanto não conseguem obter o divórcio, vários acontecimentos vão atormentar a família. Uma mulher grávida aceita tratar do pai de Nader, mas comete falhas bastante graves no seu novo trabalho. O marido da referida envolve-se no assunto de maneira agressiva. Termeh sofre ao não querer que os pais se separem e ter de escolher ficar com ou outro no caso de levarem avante o divórcio. Toda uma série de episódios vai originar uma teia de mentiras, meias-verdades, dúvidas e a busca da verdade.

Como filme de costumes e espelho de vários casos de vida, dos laços interpessoais e mesmo da justiça iraniana, "Uma Separação" está muito bem concebido. As prestações dos actores são bastante boas e quase nos fazem sentir que estamos a assistir a algo com umas nuances de documentário. É um filme que se vê com prazer, havendo uma certa tensão no filme que desperta ainda mais a curiosiodade do espectador em relação ao objectivos das personagens e à descoberta das verdades.
Li algures numa crítica que o facto de o filme ter como pano de fundo o Irão actual torna o filme mais interessante. Concordo com essa opinião, mas creio que o filme merece ser visto por muitas outras razões.

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