Estreias da semana

O ano está prestes a acabar e as últimas estreias de 2012 chegam hoje aos cinemas portugueses.

 

• "Entre Irmãs", Your Sister's Sister, de Lynn Shelton, com Emily Blunt, Rosemarie DeWitt. País: E.U.A. Duração: 90 minutos. Um ano após a morte do irmão, Jack continua a recuperar do falecimento. Quando participa numa festa de homenagem ao irmão, uma das convidadas, Iris, protagoniza uma situação desagradável; para compensar Jack pelo seu comportamento, convida-o a passar umas férias relaxantes e apaziguadoras na casa solitária da família localizada numa pacata ilha próxima do oceano Pacífico. No entanto, ao chegar à casa, Jack descobre que não ficará sozinho durante a sua estadia. Hannah, a irmã de Iris, encontra-se a recuperar emocionalmente do final de um elo amoroso de sete anos de duração. Ela vai descobrir em Jack um ombro amigo e juntos começam a sentir algo que os leva a passar uma noite inesquecível. Para surpresa de ambos, Iris regressa no dia seguinte. Os três começam a conviver e a experienciar episódios que os ensinarão e reensinarão a relacionar-se com estranhos e menos estranhos.

 

• "Jack Reacher", Jack Reacher, de Christopher McQuarrie, com Rosamund Pike, Tom Cruise. País: E.U.A. Duração: 130 minutos. Esta é a primeira adaptação ao grande ecrã de uma série de livros da autoria do britânico Lee Child. Numa cidade calma, um assassino profissional mata cinco pessoas. Um cúmplice é imediatamente identificado e, quando submetido a um interrogatório, reclama inocência e indica o nome de um homem, Jack Reacher. Reacher, ao saber da notícia, apresenta-se perante as autoridades não com o objectivo de testemunhar, mas com o de saber a verdade. Ele vai tentar perceber se quem o apontou como possível culpado é verdadeiramente um criminoso, porém, inúmeros mal-entendidos e problemas vão tentar derrubá-lo.

 

• "O Meu Pior Pesadelo",  Mon Pire Cauchemar, de Anne Fontaine, com Isabelle Huppert, Benôit Poelvoorde. País: França. Duração: 103 minutos. A narrativa do filme é protagonizada por duas pessoas do sexo oposto que não têm aparentemente nada em comum. Ela é uma mulher rica, de gosto requintado, culta e com estudos universitários, conhecida de pessoas com cargos importantes a nível das artes e da política; ele é um trabalhor ocasional, vive numa carrinha, já passou alguns anos na cadeia e gosta de noites de prazer com mulheres de qualquer proveniência. No entanto, algo os une: os seus filhos são amigos inseparáveis e é isso que os vai levar a travarem conhecimento e a perceberem que os opostos até se podem atrair.

 

• "Paraíso a Oeste", Éden à L'Ouest, de Costa-Gravas, com Juliane Kohler, Riccardo Scamarcio. País: França. Duração: 110 minutos. Elias é um imigrante que quer atravessar o Mediterrâneo e melhorar a sua vida. Consegue chegar a França, começa a aprender a falar francês, foge dos agentes da autoridade e sonha ir viver para Paris, mas isso é cada vez mais difícil. Cada vez mais o seu objectivo é apenas sobreviver.

 

• "Também a Chuva", También la Lluvia, de Icíar Bollaín, com Gael García-Bernal, Lluis Tosar. País: Espanha. Duração: 105 minutos. Um produtor de cinema e um realizador vivaz unem-se para executar um projecto cinematográfico a rodar na Bolívia que visa retratar a chegada dos descobridores espanhóis ao Novo Mundo, a América. No entanto, durante a rodagem, eclode um violento conflito que ficou conhecido como a Guerra das Águas, provocado pela tentativa do governo de privatizar o abastecimento de água potável num município. O produtor e o realizador vão ter de enfrentar entraves na rodagem do filme e os seus ideais opostos.

 

• "The Paperboy - Um Rapaz do Sul", The Paperboy, de Lee Daniels, com Nicole Kidman, Zac Efron. País: E.U.A. Duração: 107 minutos. Ward Jensen, um repórter do Miami Times, regressa à sua terra natal no sul da Flórida com o fim de investigar um caso na companhia do colega Yardley Acheman. O objecto da investigação é Charlotte Bless, uma mulher extravagante e solitária que comunica através de cartas com presidiários que se encontram no corredor da morte. Bless tenta convencer os repórteres da inocência de Van Wetter, um condenado que se dedicava à caça de crocodilos. A investigação vem a revelar-se traiçoeira e contraditória e Jensen apercebe-se que apenas uma coisa é certa, sendo esta a facilidade de Bless em apaixonar-se por assassinos, algo que poderá por em perigo tanto ele como o colega e o próprio irmão, que os guia pela cidade.

Estreias da semana

Esta semana estreiam filmes para todos os gostos.

"A Vida de Pi", Life of Pi, de Ang Lee, com Irrfan Khan, Shuraj Sharma. País: E.U.A. Duração: 127 minutos. Baseado no romance homónimo premiado de Yann Martel, narra uma grande aventura vivida por Pi Patel, filho do administrador do Jardim Zoológico de Pondicherry, um jovem indiano com ideais muito particulares e grandes conhecimentos de zoologia. Aos dezasseis anos, ele e os pais decidem partir para a América do Norte a fim de melhorar a sua qualidade e vida; para isso apanham boleia de um cargueiro onde são acompanhados pelos animais do jardim zoológico. Infelizmente, o cargueiro sofre um acidente e naufraga. Pi sobrevive ao desastre ao escapar num salva-vidas, mas rapidamente a esperança se transforma em desespero após ele se aperceber que está perdido no meio do Oceano Pacífico na companhia de um tigre de Bengala, uma hiena, um orangotango e uma zebra lesionada. Os últimos dois sobreviventes serão Pi e o tigre, que terão de descobrir como sobreviver juntos e de que modo se podem interajudar.

"Holy Motors", Holy Motors, de Leo Carax, com Denis Lavant, Edith Scob. País: França. Duração: 115 minutos. Oscar é um homem que vive múltiplas vidas. Num momento é um engenheiro rico, noutro um assassino ou um bom pai. Uma mulher transporta-o de um lugar a outro quando ele necessita, sendo a pessoa que mais vê durante o dia. Oscar procura a beleza naquilo que faz, mas multiplicidade sua da vida, particularmente os assassinatos, trazem-lhe incertezas e falta de estabilidade.

"Hotel Transylvania", Hotel Transylvania, de Genndy Tartakovsky, com as vozes de Adam Sandler, Selena Gomez na versão original e as vozes de Fernando Luís, Joana Solnado  na versão portuguesa. País: E.U.A. Duração: 97 minutos. O Conde Drácula é dono de um hotel de luxo, o Hotel Transylvania, onde todos os monstros e os seus familiares podem viver em paz sem serem perturbados pelos humanos. Quando se aproxima o aniversário de Mavis, a filha de Drácula, que vai cumprir 108 anos de idade, logo tornando-se numa vampira maior de idade, o pai decide dedicar-lhe uma grande festa em que participarão muitos amigos seus, como o Homem-Invisível, a Múmia, o Monstro de Frankenstein e lobisomens. No entanto, para grande terror dos monstros e de Drácula, um jovem humano entra no hotel e sente-se atraído por Mavis.

"Pela Estrada Fora", On the Road, de Walter Salles, com Garret Hedlund, Sam Riley. País: E.U.A., França. Duração: 127 minutos. Baseado no romance homónimo de Jack Kerouac, grande marco da literatura da Geração Beat, tem como protagonistas personagens directamente inspiradas no autor e nos seus amigos e conhecidos. Sal Paradise, um nova-iorquino amante da escrita, conhece Dean Moriarty, um ex-presidiário, e a sua liberal mulher, Marylou. Tentando fugir das rotinas e do que já conhecem, partem numa viagem de carro por aqui e por ali. O que desejam é experimentar algo novo, a liberdade e o prazer.

"A Mulher que Viveu Duas Vezes", Vertigo, de Alfred Hitchcock, com James Stewart, Kim Novak. País: E.U.A. Duração: 129 minutos. Trata-se da reestreia em salas portuguesas do clássico thriller de 1958 de Hithcock. John Ferguson, um polícia, retira-se do activo após a morte violenta de um colega. Um dia, um dos seus antigos colegas pede-lhe que comece a vigiar a mulher, Madelaine. John acabar por se ver inserido numa trama que envolve paixão e a personalidade complexa e intrigante de Madelaine.

Cinema teatral

O romance Anna Karenina, da autoria do russo Leo Tolstoi, publicado originalmente em partes entre 1873 e 1877, foi novamente adaptado ao cinema este ano, desta vez pelas mãos de Joe Wright, o realizador, e Tom Stoppard, o argumentista. Uma vez mais, Keira Knightley volta a protagonizar um filme de Wright.

 

"Anna Karenina" é uma narrativa épica sobre o amor, a paixão, o adultério, a imagem social, as relações conjugais e entre mãe e filho, tendo como local da acção a Rússia da século XIX, particularmente os meios aristocráticos. Anna Karenina é a mulher do senhor Karenin, um homem respeitado e elogiado pelos que o rodeiam, com quem tem um filho. Quando Anna é convidada para um baile em que assistirá ao encontro entre a sobrinha Kitty e um jovem conde e militar, Vronsky, que poderá resultar num despertar amoroso, as coisas não ocorrem como devem; Vronsky é capturado pelo olhar de Anna e, após uma dança, algo começa a florescer entre ambos. Contra as ordens estabelecidas pela sociedade e tentando ignorar os rumores que se geram em seu redor, Anna e Vronsky começam uma relação adúltera, apaixonada e fogosa. Paralelamente, Kitty vai tentar perceber o que é realmente o amor e se o sente por Matvey, o filho de um proprietário de terras que já mostrara interesse pela jovem.

O filme é maioritariamente filmado no interior de um teatro, algo pouco habitual que tenta aproximar o público do elenco e dos espaços, como se algo estivesse a ser encenado à sua frente.
A exploração do tema do amor e da paixão é bem-conseguida nos seus vários ramos. O amor que cresce, representado pela relação entre Matvey e Kitty, e a paixão arrebatadora que une Anna a Vronsky são tratados com cuidado, sem serem tomados com leveza. A infidelidade, outro grande tema da narrativa, é abordado de maneiras diversas. No conjunto, os sentimentos e os conceitos emocionais, embora não com a grandeza do romance, tomam até traços filosóficos.
O elenco tem algumas falhas. Aaron Taylor-Johnson, por exemplo, podia ser mais expressivo e emotivo como Vronsky. Keira Kinghtley, por outro, ao contrário de algumas críticas que li, sai-se suficientemente bem como a heroína trágica da narrativa.
Recomendo o filme a quem tenha lido o romance de Tolstoi para poder comprovar se esta versão cinematográfica é a que mais se aproxima do texto original e a quem queira experimentar visionar um drama romântico filmado em estúdios e num teatro.

Estreias de cinema

Esta semana apenas dois filmes estreiam nos cinemas portugueses.

 

• "O Hobbit - Uma Viagem Inesperada", The Hobbit - An Unexpected Journey, de Peter Jackson, com Martin Freeman, Ian McKellen. País: E.U.A., Nova Zelândia. Duração: 169 minutos. Trata-se da adaptação ao grande ecrã de O Hobbit, de J.R.R. Tolkien, uma prequela da trilogia O Senhor dos Anéis cuja narrativa será estendida em três filmes. Na primeira película, o protagonista, o pacífico e comodista hobbit Bilbo Baggins é convidado a juntar-se ao mago Gandalf e a um grupo de anões numa viagem por montes, florestas e grutas que tem como objectivo recuperar um tesouro roubado por Smaug, um perigoso dragão. Enfrentando lobos, monstos diversos e a falta de mantimentos, os viajantes procurarão alcançar o seu destino, atravessando inclusivamente a gruta onde reside o mesquinho e louco Gollum, a quem Bilbo roubará um precioso anel.

 
• "Sammy 2", Sammy's Avonturen 2, de Ben Stassen, com as vozes de Ivo Alexandre, Raquel Rosmaninho na versão portuguesa. País: Bélgica. Duração: 92 minutos. Na sequela de Sammy, a tartaruga-marinha que dá nome a ambos filmes vai viver mais grandes aventuras. Ele o seu amigo Ray encontram-se numa praia a tentar encaminhar as pequenas tartarugas Ricky e Emma para o mar quando são capturados por um caçador furtivo que os vende a um aquário do Dubai. Nesse aquário convivem com várias criaturas como o malévolo Mega D, um cavalo-marinho que os usa como cobaias em planos de fuga. No entanto, Sammy e Ray, aliados a novos amigos muito diferentes, vão esboçar o seu próprio plano de fuga.

O melhor de 2012 e as galas pré-Óscares

O final de 2012 aproxima-se. Os críticos escolhem os seus filmes preferidos, várias instituições e autoridades relacionadas com o mundo do cinema atribuem prémios a algumas das melhores obras do ano e começam a lançar-se prognósticos para os Globos de Ouro e os Óscares.

 

 

A primeira grande cerimónia de entrega de prémios a ter lugar foi a realizada pelo Círculo de Críticos de Filmes de Nova Iorque, que galardoou os seguintes nomeados:

• Melhor Filme: Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow
• Melhor Realizador: Kathryn Bigelow, Zero Dark Thirty
• Melhor Argumento: "Lincoln", de Tony Kushner
• Melhor Actor: Daniel Day-Lewis, "Lincoln"
• Melhor Actriz: Rachel Weisz, The Deep Blue Sea
• Melhor Actor Secundário: Matthew McConaughey, Bernie e "Magic Mike"
• Melhor Actriz Secundária: Sally Field, "Lincoln"
• Melhor Primeiro Filme: How to Survive a Plague, de David France
• Melhor Documentário: Central Park Five, de Ken Burns e David McMahon
• Melhor Filme de Animação: "Frankenweenie", de Tim Burton
• Melhor Filme Estrangeiro: "Amor", de Michael Haneke
• Melhor Fotografia: Greig Fraser, Zero Dark Thirty

O American Board of Review já distinguiu também os seus favoritos:

• Melhor Filme: Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow
• Melhor Realizador: Kathryn Bigelow, Zero Dark Thirty
• Melhor Argumento Original: Rian Johnson, "Looper - Reflexo Assassino"
• Melhor Argumento Adaptado: David O. Russell, "Guia para um Final Feliz"
• Melhor Actor: Bradley Cooper, "Guia para um Final Feliz"
• Melhor Actriz: Jessica Chastain, Zero Dark Thirty
• Melhor Actor Secundário: Leonardo DiCaprio, "Django Libertado"
• Melhor Actriz Secundária: Ann Dowd, Compliance
• Melhor Actor Revelação: Tom Holland, The Impossible
• Melhor Actriz Revelação: Quvenzhané Wallis, Beasts of The Southern Wild
• Melhor Primeiro Filme: Bests of the Southern Wild, de Benh Zeitlin
• Melhor Filme Estrangeiro: "Amor", de Michael Haneke
• Melhor Filme de Animação: "Força, Ralph!", de Rich Moore
• Melhor Documentário: Searching for Sugar Man, de Malik Bendjelloul

 

 

Seguiu-se a atribuição de galardões anual da Associação de Críticos de Filmes de Los Angeles, que distinguiu um filme franco-austríaco como melhor do ano. Estes foram alguns dos vencedores:

• Melhor Filme: "Amor", de Michael Haneke
• Melhor Realizador: Paul Thomas Anderson, The Master
• Melhor Primeiro Trabalho: Benh Zeitlin, Beasts of The Southern Wild
• Melhor Argumento: "Argo"
• Melhor Actor Principal: Joaquin Phoenix, The Master
• Melhor Actriz Principal: Emmanuelle Riva, "Amor"; Jennifer Lawrence, "Guia para um Final Feliz"
• Melhor Actor Secundário: Dwight Henry, Beasts of the Southern Wild
• Melhor Actriz Secundária: Amy Adams, The Master
• Melhor Filme Estrangeiro: "Holy Motors", de Leo Carax
• Melhor Filme de Animação: "Frankenweenie", de Tim Burton

O American Film Institute, mais conhecido pela sigla AFI, já elegeu os dez melhores filmes do ano de produção estado-unidense, apresentando a sua escolha sem estabelecer uma ordem hierárquica de décimo melhor a melhor de 2012, tal como é costume todos os anos. Seguindo a ordem alfabética, são estas as películas escolhidas:

• Argo, "Argo", de Ben Affleck
• Beasts of the Southern Wild, de Benh Zeitlin
• Django Unchained, "Django Libertado", de Quentin Tarantino
• Les Miserábles, "Os Miseráveis", de Tom Hooper
• Life of Pi, "A Vida de Pi", de Ang Lee
• Lincoln, "Lincoln", de Steven Spielberg
• Moonrise Kingdom, "Moonrise Kingdom", de Wes Anderson
• Silver Linings Playbook, "Guia para um Final Feliz", de David O. Russell
• The Dark Knight Rises, "O Cavaleiro das Trevas Renasce", de Christopher Nolan
• Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow

Entre as revistas mais importantes especializadas em cinema e na crítica de películas que já lançaram o seu ranking anual dos dez melhores filmes do ano estão a Sight and Sound britânica e a Cahiers du Cinéma francesa.

 

Sight and Sound:

1. The Master, de Paul Thomas Anderson
2. "Tabu", de Miguel Gomes
3. "Amor", de Michael Haneke
4. "Holy Motors", de Leo Carax
5. Beasts of the Southern Wild, de Benh Zeitlin

     5.  Berberian Sound Studio, de Peter Strickland
     7.  "Moonrise Kingdom", de Wes Anderson
     8.  Beyond the Hills, de Cristian Mungiu
     8.  "Cosmópolis", de David Cronenberg
     8.  "Era uma Vez na Anatólia", de Nuri Bilge Ceylan
     8.  "Isto Não é um Filme", de Jafar Panahi

 

 

Cahiers du Cinéma:

1. "Holy Motors", Leo Carax
2. "Cosmópolis", David Cronenberg
3. Twixt, de Francis Ford Coppola
4. "4:44 Último Dia na Terra", de Abel Ferrara; In Another Country, de Hong Sang-Soo; "Procurem Abrigo", de Jeff Nichols

     7.  Go Go Tales, de Abel Ferrara

     8.  "Tabu", de Miguel Gomes

     8.  "Fausto", de Alexadre Sokourov

     10.  Keep The Lights On, de Ira Sachs

 

 

"Amor", Beasts of the Southern Wild, Zero Dark Thirty e The Master estão entre os mais elogiados filmes do ano. Este ano há até um título português, "Tabu", entre os mais apreciados.

Estreias da semana

Estas são as estreias da semana de 6 de Dezembro de 2012.

 

• "Amanhecer Violento", Red Dawn, de Dan Bradley, com Chris Hemsworth, Josh Peck. País: E.U.A. Duração: 114 minutos. Trata-se de um remake do filme homónimo estreado em 1984. Uma pequena cidade do estado de Washington descobre tarde demais ser o principal alvo de uma invasão estrangeira que ocupa a localidade e torna os habitantes seus prisioneiros. Alguns jovens rebelam-se contra os invasores fugindo para os bosques e treinando para formar um grupo de contra-ataque que baptizam como Wolverines. A sua missão é a de devolver a cidade aos seus cidadãos originais. 

• "Amor", Amour, de Michael Haneke, com Emmanuelle Riva, Jean-Louis Trintignant. País(es): França, Áustria, Alemanha. Duração: 125 minutos. Os protagonistas, Georges e Anne, são as duas partes de um casal octogenário e culto que se encontra na reforma depois de uma vida dedicada ao ensino da música e que tem uma filha a trabalhar no meio musical e a viver no estrangeiro com a sua própria família. Um dia, Anne sofre de uma espécie de derrame cerebral, algo que irá testar o amor e a relação que os une.
 

• "Anna Karenina", Anna Karenina, de Joe Wright, com Jude Law, Keira Knightley. País: Reino Unido. Duração: 130 minutos. Baseada no clássico literário homónimo da autoria de Leo Tolstoi, esta é uma nova adaptação e uma interpretação algo diferente do famoso romance. Na Rússia do final do século XIX, Anna Karenina, mulher pertencente à aristocracia com um marido respeitado e uma vida repleta de privilégios, apaixona-se pelo conde Vronsky e inicia com ele uma relação adúltera. Este laço amoroso trará grandes mudanças a Anna Karenina e fá-la compreender o amor de uma maneira diferente.
 

• "O Chefe", Comme un Chef, de Daniel Cohen, com Jean Reno, Michael Youn. País: França. Duração: 84 minutos. Jacky Bonot é um cozinheiro apaixonado pela alta-cozinha com grande talento gastronómico e o sonho de dirigir um restaurante de topo. No entanto, tem dificuldades financeiras que o levam a aceitar empregos que tem dificuldades em manter, situação que muda quando Jacky conhece Alexandre Lagarde, conhecido chefe de estabelecimentos premiados com Estrelas Michelin, e decide ajudá-lo a lidar com os planos mais recentes, preocupantes, do grupo financeiro que detém os restaurantes.
 

• "Sininho - O Segredo das Fadas", Secret of the Wings, de Peggy Holmes, Roberts Gannaway, com as vozes de Lucy Hale, Mae Whitman na versão original e as vozes de Ana Catarina Afonso, Carla Garcia na versão portuguesa. País: E.U.A. Duração: 75 minutos. Sininho, a conselheira de Peter Pan, aventura-se com as suas amigas o Bosque do Inverno, onde mora a fada Periwinkle. Juntas vão descobrir aí o segredo das asas mágicas das fadas.

Prémios do Cinema Europeu

Estes foram os vencedores da 25ª gala anual organizada pela Academia do Cinema Europeu que visa premiar os melhores filmes europeus lançados entre os últimos meses de um ano e os últimos do ano seguinte, neste caso, 2012. A cerimónia teve lugar no dia 1 de Dezembro em Valleta, Malta. O realizador austríaco Michael Haneke voltou a ver uma obra sua ser premiada tanto em Cannes como nesta gala, tal como sucedera com O Laço Branco.

 

Melhor Filme: "Amor", de Michael Haneke

Melhor Realizador: Michael Haneke, "Amor"

Melhor Actor: Jean-Louis Trintignant, "Amor"

Melhor Actriz: Emmanuelle Riva, "Amor"

Melhor Argumentista: Tobias Lindholm e Thomas Vinterberg, Jagten

 

Melhor Fotografia: "Vergonha", Sean Bobbit

Melhor Edição: "Vergonha", Joe Walker

Melhor Banda Sonora Original: "A Toupeira", Alberto Iglesias

Melhor Co-Produtor: Helena Danielsson

 

Melhor Documentário: Hiver Nomade, de Manuel von Sturler

Melhor Filme de Animação: Alois Nebel, de Tomas Lunak

Melhor Curta-Metragem: Superman, Spiderman or Batman, de Tudor Giurgiu

 

Prémio da Crítica: Kauwboy, de Boudewijn Koole

Prémio do Público: Hasta la Vista, de Geoffrey Enthoven

 

Helen Mirren e Bernardo Bertolucci receberam prémios pelo seu contributo ao cinema europeu e como representantes do mesmo no mundo.

Amanhã estreia em Portugal o vencedor da noite, "Amor". Espero que agrade ao público português.

 

Michael Heneke com um dos seus prémios em mãos

Salvamento cinematográfico

"Argo" é o mais recente filme realizado por Ben Affleck e está em cartaz em Portugal há cerca de três semanas. O título tem sido apontado para sido muito bem aceite pela crítica, mormente a norte-americana, embora os lucros gerados na bilheteiras não sejam os mais brilhantes.

 

Baseado em factos reais, a acção de "Argo" decorre nos anos de 1979 e 1980. Após ter irrompido no Irão a revolução que estabeleceu um sistema governamental fortemente influenciado por princípios islâmicos, a embaixada dos E.U.A., país considerado traidor e apoiante do xá que fora deposto, foi invadida por rebeldes que tomaram como reféns o pessoal que se encontrava no edifício. Apenas seis norte-americanos conseguiram escapar ao ataque, refugiando-se na casa dos embaixadores do Canadá.
A fim de trazer de volta à pátria no mínimo aqueles seis trabalhadores estado-unidenses, a CIA e o serviços secretos do Canadá tentaram planear uma operação de salvamento. Tony Mendez, agente da CIA conhecido pelas suas funções como extractor de informação, sugeriu um plano. Desenvolveu, com a ajuda de amigos provenientes da indústria de cinema de Hollywood, um falso projecto de cinema de ficção-científica que lhe permitiria entrar no Irão em busca de locais para filmar, aproveitando a visita para entregar aos seis trabalhadores passaportes falsos canadianos que os ajudariam a sair do país. No entanto, qualquer plano poderia ter corrido mal e mesmo o de Mendez sofreu alguns percalços.

"Argo" é o terceiro filme realizado por Ben Affleck, que parece cada vez mais ter um talento maior atrás das câmaras que à frente delas. Contudo, o actor/realizador tem um bom desempenho nesta sua película como Tony Mendez e o restante elenco foi bem escolhido; pareceu-me interessante a opção de escolher actores pouco conhecidos para o papel dos seis diplomatas e trabalhadores que escondidos na casa dos embaixadores canadianos. A caracterização dos actores está muito bem-conseguida. A banda-sonora é apropriada aos cenários e mesmo à situação das personagens.
O filme, como relato de um caso real com análise de certas atitudes dos seus intervenientes e com muita acção, é bom. Mantém o suspense até aos momentos finais. Há certas personagens que poderiam ser melhor exploradas, mas a película é eficaz no seu propósito e recomendável.