quinta-feira, 25 de abril de 2013

Fausto revisitado

"Fausto" é a quarta parte de uma tetralogia cinematográfica da autoria de Alexsandr Sokurov dedicada ao mal e à sede de poder. Ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 2011. Depois de abordar figuras como Hitler em Moloch, Lenine em Taurus e o imperador japonês Hirohito em The Sun, Sokurov debruçou-se sobre uma personagem lendária, um médico e alquimista alemão de nome Fausto que teria vendido a alma dos Infernos em troca do conhecimento total.
 
O filme em questão adapta a primeira parte da peça teatral de Johann von Goethe, datada de 1808. Na narrativa fílmica, ambientada na Alemanha do século XVIII/XIX, Fausto deambula pela sua vila questionando Deus e desiludindo-se com as dimensões do conhecimento humano, acabando por assinar um tratado com um demónio para obter todo o saber e o amor de uma jovem mulher.
 
"Fausto" é um intrigante filme sobre a procura infrutífera e, muitas vezes, angustiante de algo como a sabedoria inigualável e o controlo de certos elementos do destino. O mito do médico e físico que vende a alma está bem apresentado e contado. Os atores são eficazes nos seus papéis. A ambientação e os cenários foram tratados com esmero, retratando muito bem uma Alemanha rural rodeada de velas florestas, mas lúgubre e imunda. O elemento grotesco marca uma forte presença. "Fausto" é um filme que recomendo, mas que aconselho a não ser visto com ligeireza.
Este é o segundo filme da tetralogia do mal e do poder de Sokurov que tenho oportunidade de ver e devo dizer que ambas películas, The SunFaust, cumprem essa intenção de mostrar a personalidade humana em certos aspetos e contextos.

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