terça-feira, 16 de abril de 2013

Mistérios por resolver em Lisboa

"Comboio Noturno para Lisboa", baseado num romance homónimo de Pascal Mercier publicado em 2004, estreou há umas semanas em Portugal com pompa e circunstância. A antestreia foi referida nos canais televisivos e foi anunciado que o filme estaria em cartaz num número considerável de cinemas dado o facto de ter sido filmado em Lisboa e contado com a presença de atores portugueses no elenco. Valeu a pena criar muitas expectativas em redor desta película?
 
A narrativa "Comboio Noturno para Lisboa" é o professor suíço Raimund Gregorius, que um dia salva uma misteriosa mulher que se prepara para se atirar de uma ponte. No mesmo dia, após uma sucessão de ocorrências, parte num comboio para Lisboa com um livro de um magistral autor português, Amadeu do Prado, e um casaco vermelho, ambos pertencentes à indivídua que salvara. Na capital portuguesa tentará saber mais sobre do Prado e as pessoas que o rodeavam, enquanto descobre mais sobre si e sobre a Lisboa sob o domínio da ditadura de Salazar.
 
O filme é interessante e tem muitos aspetos que o tornam cativante, como os detalhes dados sobre as personagens e o passado histórico português e as muitas peripécias que ocorrem ao longo da narrativa. As personagens são curiosas e alguns dos atores conseguem transmitir as suas nuances.
Porém, há muitos pequenos pecados em "Comboio Noturno para Lisboa". Para já, a incorreção relativamente a informação história e factos tão conhecidos pelo público português seria de evitar. A exclusão de mais atores portugueses no elenco creio que contribui um pouco para confundir o espectador quanto à fidelidade do filme em retratar realidades portuguesas. Outro defeito que quero apontar é a quase ausência do lado filosófico que supostamente marca o livro em que é inspirado o filme, que acaba por ser mais um thriller de espionagem e romances desencontrados, apesar de nas relações interpessoais e na exploração do protagonista haver um toque ligeiramente filosófico.
Não é um filme espetacular nem uma obra a não perder, mas entretém.

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