domingo, 10 de junho de 2012

Estranhas perturbações

Hoje visionei "Cosmopolis", de David Cronenberg, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes. Tem recebido tantas críticas positivas como negativas. É protagonizado por Robert Pattinson, que muitas jovens a nível mundial ainda associam ao papel que o actor interpreta na adaptação dos livros da saga "Twilight - Luz e Escuridão", o de Edward Cullen, o vampiro por quem a humana Isabella Swan se apaixona e com quem vem a constituir família. No entanto, as fãs não devem esperem que "Cosmopolis" seja um filme romântico e de aventuras.

Cosmopolis Poster

"Cosmopolis" é adaptação ao cinema do livro homónimo do autor estado-unidense Don DeLillo lançado em 2003. Narra os acontecimentos que têm lugar ao longo de um dia na vida de Eric Packer, um jovem adulto rico que vive em Nova Iorque. Durante esse dia, enquanto se dirige a um barbeiro para cortar o cabelo na sua limusine blindada, Eric tentará aproveitar-se das fraquezas do Yuan - moeda chinesa - em negócios e investimentos na Bolsa de Nova Iorque, encontrará pessoas conhecidas com as quais discutir assuntos económicos e filosóficos, será criticado pela sua mulher, deparar-se-á com manifestações anti-capitalismo e com desvios nas ruas da cidade provocados pela visita do Presidente dos E.U.A., ouvirá a turbulência da cidade como se fossem parte do seu silêncio pessoal. No entanto, esta série de acontecimentos, alguns violentos e até sensuais, acabará por por perturbar a mente de Eric.

O filme não é, decididamente, para se ver de ânimo leve. Quem pouco entender ou não estiver interessado em certas noções de economia pode sentir-se aborrecido com o filme. Os diálogos são geralmente interessantes e por vezes densos, mas não compensam a lentidão do desenrolar da acção.
O elenco não está aqui na sua melhor forma. Há bons momentos interpretativos, mas os desempenhos são inconstantes; Paul Giamatti e Samantha Gordon são dois exemplos dos actores mais equilibrados neste filme. Ocasionalmente é possível sentir-se alguma teatrilidade e inverosimilhança.
Não recomendaria "Cosmopolis" a amigos e penso que não serão muitos os espectadores a gostarem realmente do filme. É interessante e provoca a reflexão, mas há elementos que o tornam uma obra algo entediante.

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