segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A magia de Hugo

Estreou a semana passada o filme com mais nomeações para 84ª Cerimónia de Entrega dos Óscares da Academia de Cinema Americana. "A Invenção de Hugo" (Hugo) é o seu título e adapta um romance juvenil de Brian Selznick, The Invention of Hugo Cabret, publicado em 2007. Apesar das muitas nomeações que já lhe foram atribuídas, tem recebido principalmente prémios em categorias ditas técnicas.
O filme trata das aventuras do jovem órfão Hugo Cabret na Paris de 1930 e cuja vida sofre uma reviravolta após a morte do pai e a posterior ida para a casa do tio. É obrigado a abandonar a escola e começa a dedicar-se apenas a regular os relógios da estação de comboios de Paris, a roubar, a fugir da polícia e a consertar objectos, tal como o autómato que herdou do pai, que se supõe ser capaz de escrever e esconder um segredo. No entanto, Hugo não consegue descobrir a peça essencial para o conserto do autómato, uma chave em forma de coração que encaixe na fechadura das costas do boneco a fim de o activar. É através de um velho vendedor de brinquedos e da sua afilhada, Isabelle, portadora de uma chave como a que Hugo procura, que se poderão desvendar alguns mistérios que envolvem inclusivamente a primeira película que o pai do protagonista viu no cinema, "Viagem até à Lua" (Trip to the Moon), de Georges Méliès.

Hugo, apesar de apresentar uma narrativa em momentos previsível e noutros lacrimosa, tal como seria de esperar por parte de um filme desta natureza realizado por um grande estúdio norte-americano, é extremamente aprazível. As viagens aos primórdios do cinema com a inclusão de gravações e excertos dos primeiros filmes que o mundo viu, as idas à biblioteca a transbordar de livros, a vislumbre de flores frescas à venda na estação de comboios, os brinquedos de corda e os croissants quentes remetem para a inocência e a luz que permitem a fruição e a alegria e trarão certamente sentimentos nostálgicos a espectadores mais velhos. Estes elementos também servem para recordar o poder dos sonhos e da sede de viver e aventurar-se por novos mundos.
A cidade de Paris está bem representada, com o seu bulício e a sua grandiosidade. Creio que a minuciosidade da recriação histórica é outro logro do filme.
O elenco complementa o filme sem o prejudicar nunca. Asa Butterfield é um magnífico Hugo tanto a nível emocional como físico e Chloe Grace Moretz volta a confirmar que tem o que é preciso para ser uma boa actriz. Há que também referir a prestação de Sacha Baron Cohen, o amado/odiado Borat, que neste filme mostra ser capaz de desempenhar um papel mais emocional daqueles a que está acostumado, dando-lhe mesmo assim um toque de graça muito simpático.
Vejam o filme e entrem num mundo de aventuras.

3 comentários:

  1. Por tudo o que referiste, o filme é cinco estrelas.

    Ah! Mas esqueceste-te de falar dos actores secundários ainda mais carismáticos do que os mencionados: os cãezitos! :')

    Adorei. E, apesar do preço exagerado do bilhete, a visualização em 3D fez com que me sentisse parte integrante da acção. Uma experiência única, sem dúvida.

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  2. Os Teckel eram adoráveis, mas aquele Dobberman tinha um pêlo que reluzia como azeviche. Sim, deram mais umas pinceladas de ternura ao filme.

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  3. Adorei o filme também!

    Há muito tempo que não ficava a pensar tanto num filme! Este é mesmo mágico! Apesar de não ser uma história excepcionalmente diferente e ser previsível em alguns momentos, isso não pesou negativamente no resultado final! O filme é surpreendente e único! Adorei o protagonista e o ambiente criado! Também recomendo!

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Críticas boas e más às críticas