sábado, 19 de janeiro de 2013

Cantar as mágoas e as alegrias

Visualizei há uns dias um musical no cinema, algo que não faço há alguns anos. O filme era "Os Miseráveis", o vencedor de três Globos de Ouro no passado Domingo que está nomeado para oito Óscares da Academia Americana de Cinema.

"Os Miseráveis" é a versão cinematográfica do musical inspirado no romance clássico de Victor Hugo. A acção da narrativa decorre na França, no século XIX, no período entre a Batalha de Waterloo e os motins de 1832. Jean Valjean é um homem condenado a uma pena injustamente longa pelo roubo de um naco de pão que, quando obtém a liberdidade condicional, foge do controlo policial, adopta uma personalidade diferente e recomeça uma nova vida, tendo na sua peugada o inspector que o vigiava na cadeia, Javert. Torna-se num respeitado dono de uma fábrica onde trabalha Fantine, uma jovem mulher que é despedida devido a falsas acusações e é forçada a trabalhar na prostituição. Valjean encontra-se uma noite com Fantine e descobre que ela envia todo o pouco dinheiro que recebe à sua filha Cosette. Ele decide então, após a morte da jovem por culpa da tuberculose, adoptar a sua filha. Valjean e Cosette vão juntos ter de iniciar uma nova existência nas penumbras, tentando aos poucos conseguir ser felizes, enquanto a França se prepara para revoltas e motins contra o rei e o inspector Javert tenta incessantemente encontrar o preso que sempre consegue escapar-lhe.

O filme é um épico que mistura drama, música e uns toques de comédia. Os cenários e o guarda-roupa tornam a narrativa mais realista, mas também mais grandiosa. Os actores estão muito bem escolhidos, mesmo os mais novos. As interpretações musicais são emocionantes, tendo tido lugar nos locais de filmagem, e quando não parecem perfeitas, ou até um pouco desafinadas, deve-se tal à necessidade de transmitir certos sentimentos que limitam fisicamente a voz. A mensagem da obra literária "Os Miseráveis" e do seu musical é retratada com eficácia.
Há alguns defeitos na película, geralmente técnicos. A fidelidade à narrativa original de Victor Hugo não é total, havendo personagens que não são incluídas ou que adquirem um novo papel no filme.
Recomendo este filme a quem adora musicais e de cantarolar as canções no fim da sessão.

1 comentário:

  1. Já devia ter comentado há algum tempo, por isso, já nem sei bem o que dizer. xD Só que adorei a narrativa, as músicas, os actores, a filmagem (a cor, as sombras, os ângulos...), enfim... Ah! E que gostei muito mais de ouvir o Javert do que o Valjean a cantar. :D Espero que este filme ganhe muitos Óscares porque seriam muito bem merecidos.

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Críticas boas e más às críticas