sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Amar de uma maneira ou de outra

Um dos filmes mais premiados e elogiados pelos críticos cinematográficos o ano passado foi Amor, de Michael Haneke, realizador de outra obra muitas vezes galardoada, O Laço Branco. Amor é um dos favoritos a integrar a lista de nomeados e a receber o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro na cerimónia deste ano.

 Amor tem como protagonistas Anne e Georges, um casal de professores de música reformados, cultos e curiosos, que já ultrapassou a barreira dos oitenta anos. Eles amam-se com doçura e lealdade e têm uma vida normal no seu apartamento em Paris, além de uma filha casada a viver na Grã-Bretanha que se dedica à música. Todavia, a alegria e a tranquilidade conjugais vão sofrer um abalo quando Anne é vítima de uma paragem circulatória e de vários acidentes vasculares cerebrais que não a debilitam como supõe um desafio à força da relação que une marido e mulher.

Mais uma vez, Haneke apresenta uma narrativa cativante, com os seus elementos curiosos e outros arrepiantes. Amor reflecte bem os pontos altos e baixos de uma relação amorosa e a maneira como um problema inesperado e imbatível pode ser resolvido chocando uns, mas revelando também uma faceta menos comum do amor.
O elenco está muito bem escolhido e a claustrofobia crescente do desafio à normalidade imposta ao casal idoso está bem representada na concentração da acção da narrativa no interior do apartamento e ao silêncio que reina nesse mesmo local. Emmanuelle Riva tem uma prestação realista e cuidadosa da sua personagem, apresentando-se como uma provável nomeada ou vencedora do Óscar de Melhor Actriz Principal.
Recomendo o filme, mas não a quem se encontra preocupado e / ou desanimado. É bastante bom, apesar de um tanto deprimente e entristecedor.

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