domingo, 14 de outubro de 2012

Amizade e o fim do mundo

Ontem visionei com uma amiga a comédia dramática "Até que o Fim do Mundo nos Separe" numa sala de cinema a abarrotar de gente... Não, serei sincera, comigo e ela só estavam mais quatro pessoas na sala. Claro que isso não ditava quão boa ou má seria a película.
 
O filme tem como tema o fim do mundo, algo que já deu azo a outras tantas obras. A diferença é que esta toma um rumo mais cómico.
Dodge é um funcionário numa empresa de seguros e a mulher, infiel e aborrecida com a relação com o marido, foge quando se sabe pelos meios de comunicação que falhou uma missão que iria deter um asteróide de colidir com a Terra e que o embate irá ocorrer dentro de três semanas. Penny é uma imigrante inglesa que já teve vários desgostos amorosos, mas que permanece optimista perante a vida e o fim do mundo.
A humanidade reage das mais diversas maneiras à triste notícia. Ocorrem motins, encerram-se lojas e empresas, enquanto outros prosseguem com as suas vidas ou aproveitam para experienciar algo novo. Dodge planeava continuar algumas rotinas e descansar, apesar de os amigos de longa data o encorajarem a encontrar uma nova namorada, beber todo o álcool que puder e experimentar drogas.
Dodge acaba por perceber que não quer totalmente a solidão e encontra acidentalmente dois amigos: um cão abandonado e Penny, a vizinha jovem e ruidosa. Através de Penny recebe uma carta extraviada onde uma namorada do liceu revela que nunca deixou de o amar. Após escaparem de um motim no carro de Penny, Dodge diz que vai rever a primeira namorada e que vai disponibilizar um avião para a companheira de viagem realizar também um último desejo: rever a família. Mas surgirão imprevistos antes de tal acontecer.

O filme, apesar da sua temática, aborda-a de um modo leve e com muitas situações cómicas, como o choque entre as atitudes dos jovens responsáveis pelos motins e os velhos amigos de Dodge, que oferecem bebidas alcóolicas aos filhos pequenos e recebem com grande alegria uma pequena carga de heroína. O poder da amizade está bem retratado no filme. A prestação de Keira Kinghtley e o humor são quiçá os melhores elementos do filme.
No entanto, o filme envereda por um desenlace dito previsível que não seria de esperar. O amor é algo que pode surgir espontaneamente, através de anos de convivência, como fruto de uma amizade. Contudo, a maneira como a relação entre Dodge e Penny evolui é apressada e torna-se um tanto inverosímil e exagerada. A utilização da expressão o amor da minha vida não é a melhor.
"Até que o Fim do Mundo nos Separe" é um filme ligeiro e agradável de se visionar, mas é mais um bom entertenimento que um bom filme.

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