É comum anunciar a morte de pessoas relacionadas com o mundo da Sétima Arte em notas de rodapé nos noticiários e, caso se trate de alguém com muitos admiradores e seguidores ou de alguém que protagonizou inúmeros escândalos, dedicar-lhes curtas metragens biográficas. Creio que o realizador japonês Kôji Wakamatsu, com filmes estreados em Portugal e homenagens à sua carreira sob a forma de cofres com o melhor da sua obra, não teve esse privilégio. Não vi nenhuma referência à morte nos noticiários (espero estar enganada), tendo apenas sabido da notícia através de um jornal generalista.
Kôji Wakamatsu nasceu a 1 de Abril de 1936 em Miyagi e morreu aos 76 anos, em Tóquio, no passado dia 17 de Outubro, após ser atropelado por um táxi. Tinha ainda a energia e a criatividade necessárias para continuar a realizar novos filmes. Foi responsável pela realização de várias dezenas de filmes, a maior parte pouco conhecidos fora do Japão.
Iniciou a sua carreira no cinema pornográfico. A sua carreira teve dois períodos áureos; no período marcado pela nouvelle vague e a vontade de criar cinema revolucionário, de autor, pessoal, Wakamatsu deixou a sua pegada no chamado pink cinema, um movimento cinematográfico nipónico de natureza erótica, com mensagens de cariz político e um toque muito pessoal; recentemente, Wakamatsu voltou a mostrar o seu valor como realizador com filmes que pouco retinham do movimento pink, mas que punham em causa o poder e os governos e ganharam grande reconhecimento internacional, tais como Exército Vermelho Unido e O Bom Soldado.

Boa estadia onde quer que esteja, Wakamatsu-sama!
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