O final da trilogia de Nolan

Finalmente consegui obter a disponibilidade para visionar "O Cavaleiro das Trevas Renasce" com uma amiga também interessada pelo desfecho da trilogia dedicada ao herói mascarado de banda-desenhada Batman, realizada por Christopher Nolan e protagonizada por Christian Bale. Batman, alter-ego de Bruce Wayne, um órfão milionário, foi criado pelos norte-americanos Bob Kane e Bill Finger na década de 1930 e continua a marcar presença e a protagonizar séries de banda-desenhada lançadas pela editora DC Comics, com autores do calibre de Frank Miller.

 

A acção de "O Cavaleiro das Trevas Renasce", terceira parte da narrativa fílmica de Nolan que aborda as origens e o crescimento  de Bruce Wayne, a sua tentativa de compreender a mentalidade criminosa, a ascensão da sua fortuna, bem como a aparição de Batman em Gotham e o seu percurso como herói, inicia-se cerca de sete, oito anos após os acontecimentos que marcaram a história de "O Cavaleiro das Trevas". Wayne, fragilizado devido à morte da amada Rachel e ao facto de ter abandonado as suas funções como herói da cidade depois de o nome de Batman ter sido associado ao assassínio de Harvey Dent, permanece diariamente na sua mansão sem cumprimentar os visitantes e sem sair. Entretanto, uma lei criada por Dent elimina pouco a pouco a criminalidade organizada em Gotham.

Durante uma festa na mansão Wayne, que não conta com a presença do proprietário, Bruce trava conhecimento com Selina Kyle, uma ladra disfarçada de criada que rouba de um cofre um colar de pérolas da mãe. Wayne ignora o crime e volta a encontrar Kyle pouco tempo depois, num baile, onde lhe é revelado, como se fosse uma profecia, que os ricos e poderosos hão-de cair e compreender quem vive abaixo do seu nível. Nesse baile conhece também Miranda Tate, uma milionária cujos negócios estão quase todos relacionados com as energias limpas, por quem ele se apaixona.

Lentamente, uma nova ameaça surge. Um exército liderado por um homem manipulador e impiedoso de nome Bane invade os esgotos de Gotham, tenta levar o império da família Wayne à falência e submerge a cidade num clima de caos ao retirar aos mais ricos as suas posses e fazer crer enganosamente, com planos mortíferos e vingativos em mente, aos cidadãos de Gotham que todos eles podem governar a ilha urbana. Os presidiários são libertados e a maioria dos polícias são presos nos esgotos com escombros a encerrar as saídas. Bruce Wayne percebe que o seu alter-ego tem de regressar, mas sente dificuldades em travar a invasão. Bane aproveita-se da sua aparente fraqueza e captura-o.

Bruce Wayne vai ter então de lidar com vários problemas. Como vai sair da prisão no norte de África em que foi abandonado? Quais os planos ocultos de Bane para Gotham? O que significam para ele Miranda e Selina? Poderão o tenente Gordon e o detective Blake ajudar a resgatar a cidade do mal?

 

Com este filme, creio que o realizador encerrou um ciclo correcta e eficazmente, apelando ao interesse de fãs do Batman das bandas-desenhadas e aos fãs do seu Batman. O final, que para uns quantos espectadores foi previsível, foi uma boa ideia ao ter uma natureza aberta e deixar uma dúvida no ar. As interpretações de Christian Bale como Bruce Wayne, de Tom Hardy como Bane e de Anne Hathaway como Selina Kyle estão bastante bem-conseguidas. As emoções estão bem retratadas.

A banda-sonora adequa-se muito bem à narrativa e as cenas de acção não são excessivas, mas poderiam ser em menor número. Os equipamentos proporcionados ao Batman são bastante interessantes.

Recomendo o filme a quem ver, pois certamente irá divertir-se e, quem sabe, emocionar-se.