domingo, 13 de maio de 2012

Um amor nunca esquecido

Ontem vi nos cinemas o novo filme de Tim Burton, "Sombras na Escuridão", Dark Shadows, em cujo elenco o realizador voltou a incorporar a sua mulher, Helena Bonham-Carter, e Johnny Depp. Esta película é uma adaptação ao grande ecrã de uma série televisiva norte-americana que durou cinco temporadas, tendo sido exibida entre 1966 e 1971 no canal ABC; a primeira temporada ainda foi rodada a preto e branco. A série foi alvo de novelizações, de um remake televisivo na década de 1990 e teve de esperar até 2012 para ser levada ao cinema.

Em 1752, Joshua e Naomi Collins partem de Liverpool, Inglaterra, com o seu filho Barnabas para iniciar uma nova e próspera vida na região norte-americana do Maine. Graças ao monopólio da pesca e comercialização de peixe, a família funda a aldeia de Collinsport e investe numa mansão grandiosa que demora quinze anos a ser construída.
Barnabas vai crescendo e desfrutando do dinheiro paterno. Vinte anos após a chegada ao Maine, ele torna-se um amante da boa vida que reconhece a importância do poder da sua família e entrega-se ao amor de diversas mulheres. Josette é, contudo, quem lhe conquista o coração. Infelizmente, uma das suas antigas amantes, Anguelique Bouchard, é uma bruxa que não suporta vê-lo com outra jovem e o amaldiçoa, transformando-o num vampiro e convencendo os habitantes da aldeia a odiá-lo e a enterrá-lo vivo.
Dois séculos depois, o vampiro Barnabas é acidentalmente desenterrado e depara-se com um mundo muito diferente do que conhecia, com carros, pessoas com trajes estranhos e luzes artificiais. A sua mansão está quase em ruínas e aí vivem quatro descendentes da família Collins, dois irmãos viúvos, Elizabeth e Roger, cada um com um filho do mesmo sexo, a rebelde Carolyn e o tímido David, que vê fantasmas. Estes familiares afastados compartem tecto com uma psiquiatra que tenta ajudar o pequeno David a superar os seus tramas, mas que prefere beber, dois criados já com a sua idade e uma jovem perceptora, Victoria, que consegue ver fantasmas e é confundida por Barnabas com a sua amada Josette.
Além dos problemas pessoais da família, Collinsport já não é conhecida por ser uma posse da família Collins. Uma mulher malévola, Angie, detém todas as fábricas do porto. Barnabas vai ajudar a sua família afastada a recompor-se e perceber os seus problemas, bem como o mundo actual.

O filme é algo refrescante no panorama dos filmes e séries com e sobre vampiros. Mistura o terror e o romance com a comédia, uma mistura que não se vê muito a menudo. Apesar disso, defende valores muito clássicos, como a união entre os membros de uma família e a resistência do amor face à passagem do tempo.
A escolha dos actores foi correcta e adequada às personagens. Johnny Depp pincelou um cómico vampiro antiquado que tem dificuldade em ajustar-se às novidades, mas que não perde o seu charme.
A banda-sonora, que inclui êxitos dos anos 70 do século passado, é nostálgica e ajuda o espectador a ambientar-se ao tempo em que decorre a narrativa. Os efeitos especiais foram utilizados de maneira muito divertida.
No entanto, este talvez não esteja entre os melhores filmes de Burton. O público com mais idade pode até rechaçá-lo se viu a série original, que teve cerca de um milhar de episódios e continha uma série de elementos fantásticos e personagens e histórias paralelas que tiveram de ser excluídas para que o filme não ficasse demasiado comprido e caro para os estúdios. Mas é um filme que divertirá muitos espectadores.

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