segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Coragem, risos, ternura

Visionei anteontem com um grupo de amigos o novo filme da Disney e da Pixar, "Brave - Indomável", realizado por Brenda Chapman, Mark Andrews e Steve Purcell e dedicado a Steve Jobs. A versão escolhida foi a original em duas dimensões, por interesse em escutar o sotaque escocês natural a alguns dos dobradores britânicos e que os restantes tentaram recriar com sucesso.
Antes do filme ser exibido, uma curta-metragem dos mesmos estúdios, La Luna, de Enrico Casarosa e nomeada para o Óscar de 2012 para Melhor Curta-Metragem Animada, encheu o ecrã. Tratava-se de um belo e cintilante conto centrado em dois idosos e um menino que cuidam e ajudam a Lua a mudar de fases.
 
"Brave - Indomável" narra as vivências de Merida, uma princesa escocesa de longos cabelos ruivos e filha primogénita dos reis, que se destaca pelo seu carácter aventureiro, o conhecimento que tem das florestas à volta do castelo e as suas habilidades, como montar a cavalo, dedicar tempo à falcoaria e dominar o arco e a flecha, estas duas últimas consideradas pouco femininas pela mãe, a rainha Elinor.
Quando Merida alcança uma determinada idade, a mãe propõe a três lordes das proximidades que convidem os seus primogénitos a pedir a mão da filha em casamento. Surpreendentemente, todos os lordes, MacGuffin, Macintosh e Dingwall, aceitam a proposta e viajam até ao ao centro do reino com os filhos mais velhos. Devido ao número de pretendentes, jovens serão forçados a vencer um torneio para poderem casar com a princesa. Merida, nada satisfeita com o plano que a rainha estava a esboçar nas suas costas, decide que os três terão de lutar por ela num torneio de arco e flecha.
No dia da prova de arco e flecha, Merida revela as razões da sua escolha, sendo o principal o de vencer os príncipes e permanecer solteira, quebrando os cânones. Como seria de esperar, a experiência e a valentia de Merida ajudam-na ser declarada a melhor arqueira. Porém, a ousadia da princesa é posta em causa, além de irritar bastante a rainha Elinor.
Merida recusa-se a ceder ao destino que a mãe tem traçado para ela e, enquanto tenta acalmar-se na floresta, depara-se com uma bruxa que realiza um feitiço que supostamente ajudará a princesa a traçar o futuro de acordo com o que dita o seu coração. No entanto, o feitiço é na realidade uma maldição que Merida terá de enfrentar com coragem, maturidade e o poder do seu coração.

Mais uma vez, os estúdios Pixar oferecem aos seus fãs uma belíssima película sobre o amor, a amizade, a bravura e a necessidade de defender os nossos ideais. É um filme que contém bastante mais momentos cómicos do que o trailer parece anunciar, apresentando igualmente momentos muito ternurentos. Apesar de a narrativa conter alguns elementos e traços familiares a este tipo de filme, tem um calor própio dos clássicos do cinema animado e dos contos de fadas e uma mescla de pormenores que tornam "Brave - Indomável" numa obra muito recomendável.
Os aspectos técnicos estão bem conseguidos. A animação digital tem fluidez, os espaços revelam um  minucioso estudo prévio, o sotaque escocês está presente em todos os diálogos e a banda sonora recorda a música de influência celta com referência a elementos da natureza. Mesmo a mitologia local, a presença forte da figura temida do urso ou as pequenas chamas de fogo-fátuo surgem em Brave.
As personagens são carismáticas e Merida, a primeira princesa de um filme assinado pela Pixar, é a representação da força que a nossa insistência e a nossa vontade podem ter.

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